Presidente Pedrinho,
Escrevo essa carta com respeito, mas também com frustração. Quando o senhor assumiu a presidência do Vasco, confiei na sua palavra e na sua intenção. Acreditei, como muitos torcedores, que a venda da SAF seria prioridade.
A promessa de vender o Vasco
Estive presente na coletiva de imprensa em que o senhor declarou com ênfase:
“Enquanto eu for presidente do Vasco, a minha intenção vai ser vender a SAF. A minha intenção (com ênfase) é vender.”
Foi um discurso firme, claro, e que renovou a esperança de grande parte da torcida. Eu saí de São Januário com a convicção de que o clube iria em busca de um novo investidor.
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Após a coletiva, o senhor ainda atendeu a imprensa em off, e eu cheguei para você e disse olhando nos seus olhos:
“Eu vejo verdade em você.”
Era o que eu sentia ali. Confiança e transparência.
Cheguei até a discutir com amigos bem informados nos bastidores do clube. Eles diziam com todas as letras que sua gestão não buscava de fato vender o controle da SAF. Eu respondia:
“Eu estava lá. Vi verdade nos olhos do Pedrinho. Ele vai vender o clube sim.”
Mas, ao que tudo indica, eles estavam certos — e eu, enganado.
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E agora, presidente?
A venda da SAF simplesmente sumiu da pauta.
Não estou dizendo que o processo deva ser apressado ou feito de forma precipitada, como na gestão anterior. Mas, ao menos, era esperado que houvesse movimentações, atualizações — qualquer sinal de que o Vasco está em busca de um novo investidor.
O silêncio é ensurdecedor.
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E a G5 Partners, que supostamente foi contratada para buscar interessados? Quem está cuidando disso hoje? Não houve uma única entrevista explicando o papel da empresa nesta temporada. Como o torcedor pode acreditar que há uma procura real acontecendo?
E a sua entrevista, presidente?
Recentemente, o senhor deu uma entrevista ao portal Poder360 e falou em um projeto de longo prazo. Mas como assim? O seu mandato termina no ano que vem. Qual é o real objetivo? Pretende permanecer no poder por mais tempo?
Na entrevista, o senhor afirmou:
“Estamos dando os primeiros passos para superar um dos momentos mais difíceis da história do Vasco. Implementamos ajustes estruturais, novas estratégias de arrecadação e um controle rigoroso dos gastos e apresentamos resultados financeiros concretos, como caixa positivo.
Acreditamos em um projeto de longo prazo. Os desafios ainda são grandes, como o aumento da dívida causado pela má gestão anterior. Mas estamos enfrentando cada um deles com coragem. Com o apoio de todos que acreditam no Vasco, estamos reestruturando nosso clube com responsabilidade e compromisso com o futuro.”
Com todo respeito: isso soa como o início de uma campanha política para as eleições de 2026.
Ainda dá tempo?
Presidente, minha esperança não morreu.
Mesmo com todas essas dúvidas, eu ainda torço para estar errado. Prefiro ser feliz do que ter razão.
Se estiver conduzindo as negociações com total sigilo e encontrar um investidor sério, com potencial de recuperar o Vasco, terei toda a humildade para reconhecer: eu estava enganado.
Mas, por favor, não esqueça: você olhou nos olhos da torcida e fez uma promessa.
Um abraço,
E saudações cruzmaltinas.
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